terça-feira, junho 29, 2004

"A VIDA FAZ TIC-TAC"...

Ponham-me uma deusa nórdica a abanar o traseiro num vestido branco justo, que eu prometo que compro tudo o que ela mandar: sejam umas pastilhas "Tic-Tac", crédito à habitação, telefones da Optimus ou uma mistela dessas limpa-fornos. Nem quero saber. Sou o sonho tornado realidade de qualquer publicitário.

sexta-feira, junho 25, 2004

UM CONTO DE NATAL

Antes de mais, peço desculpa pela minha prolongada ausência (leia-se balda de todo o tamanho), mas a minha caixa de plástico e silício lá de casa não anda muito cooperante com a minha vontade de postar. É a vida.
Hoje vim à escola e, claro está, aqui me desforro da menopausa que o meu paneleiro computador parece estar a atravessar. Adiante.
Que a Selecção tenha ganho e provocado uma explosão de euforia que nunca julgara possível, isso é qualquer coisa de espantoso. No entanto, muito além disso, ontem testemunhei um milagre.
É verdade, estimados ouvintes. Não desses milagres dos pães e dos peixes, mas uma coisinha mais à escala, embora não menos surpreendente. Sucede que tenho um vizinho cujo severo trombil faz lembrar aquele tipo que andava sempre à caça dos Estrumfes e que tinha um gato chamado Asrael, Gasganel ou...o raio que o parta. Não interessa.
Facto é que um cavalheiro que responde a um curriqueiro "boa tarde" com um grunhido ininteligível se dignou a (pasme-se) dirigir-me a palavra, dizendo qualquer coisa do género "-Isto hoje foi impróprio para cardíacos", não disfarçando um lapsus facial que me fez lembrar um sorriso, ou coisa muito parecida.
Veio para a rua mais o seu rebento, cada qual com seu cachecol. As velhotas aos pulos, a malta do bairro social a abanar os carros, o corpo de intervenção a malhar em dois foliões...enfim, uma festarola catita.
Menos positivo: um discípulo de Baco (aparece sempre um nestas ocasiões) que passou aí uma horita a vangloriar-se de possuir um apito oficial (ou uma merda qualquer do género) partilhando essa sua satisfação com os demais transeuntes, que estavam naturalmente muito interessados. Naturalmente.

Ó fado, saudade, vitórias morais e etc, vão apanhar caracóis.
Ontem vivi um conto de Natal, longe dessas tretas do Dickens.

quarta-feira, junho 16, 2004

O MISTERIOSO CASO DO TOYOTA VOADOR

Poderia ser um inédito da Agatha Christie, do Conan Doyle, ou assim. Mas não é. Sou eu mesmo a personagem principal nesta trama que envolve um Toyota bordeaux, as traseiras do Armazém F e um cidadão brasileiro.
Sucede que estaciono o bólide na zona do Cais do Sodré, onde está agora instalado o cantinho dos adeptos croatas, mesmo ao lado do Armazém F(a pulular de miúdas giras, para quem interesse). Deixei-o bem estacionado, como qualquer cidadão cumpridor e temente a Deus e à PSP. So far, so good.
O problema é quando regresso -aí pelas 22H30- e encontro a máquina infernal a 2 metros de onde o tinha deixado e virado na perpendicular... Vinha a falar ao tlm com a minha afilhada e, incrédulo, tentava compreender e explicar o sucedido. A primeira e natural reacção foi questionar a minha sanidade mental, que por sinal até já viu melhores dias. Mas não, que raio, eu estava convicto que o tinha deixado mais ao lado. As portas estavam trancadas e não havia qualquer sinal de intrusão. O mistério adensava-se e eu ali parado, como se um asno a olhar para o Taj-Mahal.
Fiquei uns bons três minutos especado a olhar para o veículo, a tentar fazer alguma luz sobre aquele quarto segredo de Fátima, quando um brasileiro irrompe à minha frente e termina a minha sessão de meditação com o Cosmos, ou lá o que é:

(cidadão brasileiro, a julgar pelo sotaque) -"Moço!!! Moço!!
(eu) - "O que é que este quer agora...deve ser arrumador, mas não vai ter grande sorte"-confidenciava este aos meus botões.
(cidadão brasileiro) - "Você deve ter grilado com o que aconteceu com seu carro, né?"
(eu) - Pois...um bocadinho...
(cidadão brasileiro) -"Sabe o que é, a minha gente teve que parquear o caminhão. Aí 15 homens pegaram no seu carro e o arrastaram para o lado. Foi só isso!"

Balbuciei qualquer coisa e meti-me no carro, ainda em estado de choque. E é em estado de choque que ainda me encontro, acabadinho de chumbar a uma cadeira, mais afundado que uma bigorna a flutuar no Atlântico Norte. É o que dá apostar na matéria que sai à base da metodologia esperançosa da roleta russa. Às vezes corre mal. Vamos ver como se safa a Selecção.

terça-feira, junho 08, 2004

O LENCINHO CONTRA-ATACA...
Fiquei parvo (isto é, mais que o costume) com a adesão a essa história da bandeirinha lusa na janela de casa ou do veículo. Não há taxista que não ostente orgulhosamente o dístico nacional, pelo menos até ao dia do primeiro desaire desportivo: nesse momento passa tudo de bestial a besta, grande filho da puta, etc, etc, etc...
Enfim, parece-me relativamente inócua esta tentativa de espevitar a moral nacional à conta da bola. Desde que a coisa não volte ao "orgulhosamente sós", ao "Portugal do Minho a Timor e assim, também não há-de vir grande mal ao mundo. Cá estarei para ver quanto tempo dura a lua de mel com a selecção...
Por falar em Timor, ainda não me esqueci da outra epidemia de solidariedade que assolou as lusas gentes, não vai assim tanto tempo passado: o "lencinho por Timor". Pois é, tudo começou pelo uso de uma coisa qualquer branca no corpo durante (breves) 24 horas. No entanto, a coisa descarrilou para um frenesim de roupa a cheirar a Tide por tudo quanto era sítio: o lencinho de mão(por Timor), o lencinho à pirata (por Timor), o porta-chaves branco (por Timor), etc, etc, etc...Tudo o que era veículo automóvel tratou então de exibir o malfadado lenço atado à antena do transístor, passando do branco-alvo para o castanho-dejecto, fruto do inexorável decurso do tempo.
Menos mal, o (abençoado) uso da calça branca justa (por Timor). Isso sim, uma bonita e louvável demonstração de solidariedade.

quinta-feira, junho 03, 2004

SOBRE O CASIO "WAVE CEPTOR"

Depois de travar conhecimento com o site do Manel (vide postada transacta), eis que descobri nas traseiras de um autocarro da Carris a matéria-prima desta postada: o novo relógio da Casio, um tal de "Wave Ceptor".
Mais coisa, menos coisa, o dito aparelhómetro recebe diariamente um feixe de Inglaterra (é no estrangeiro) com a hora actualizada, faça chuva ou faça sol. O argumentário de venda continua por aí fora, sustentando habilmnte que já não temos de sofrer as angústias do comum dos mortais, essas pobres almas que ainda não foram iluminadas pelo feixe salvífico, correndo o risco de andar dúzias e dúzias de segundos atrasados...
Vendo bem, desde que apareceu aquele modelo que substituía o comando de televisão (coisa que dá um jeitaço) já nada me devia espantar.
Em vez de inventarem esses monos que não servem para nada, mais valia deitassem mãos-à-obra e trabalhar numa coisa à séria, um GPS detector de miúdas giras e sem tabus de qualquer espécie. Isso é que era de homem!!!