"OH CAPTAIN, MY CAPTAIN"...
Numa destas noites de passeio pela capital, dei comigo e com o resto da comitiva a analisar mais um capítulo da "Guerra dos Cartazes" lisboeta. Neste episódio particular, o Capitão Luke Carmona diz-nos que vai deitar "Mãos à obra", de manga direita arregaçada e olhar de homem decidido a agir, como se de um anúncio a "after-shave" se tratasse.
"Mãos à obra", mas para fazer o quê? A peculiar pose do edil só levanta três hipóteses:
a) vai enfrentar o Lado Esquerdo da Força com o próprio punho
a) vai ajudar uma vaca a parir
b) vai doar meia dúzia de gotas do seu património genético a um Banco da especialidade.
Seja como for, é de homem.
Beijos para a fiel leitora M.S., companheira nesta e noutras tantas reflexões importantes.
domingo, julho 17, 2005
terça-feira, julho 12, 2005
ADULTOS À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS...
Não há nada mais arreliante que um passatempo. Que o diga o meu amigo "Joel". Chamemos-lhe "Joel", para não ser identificado na rua, ok?
Aconteceu que no cafézinho pós-almoço dominical foram lançados para a mesa meia dúzia de enigmas numéricos, desses de fazer torrar a paciência a, quem como eu, tem a capacidade para raciocínio abstracto de um siamês. Dos mais lerdos.
O problema consistia no seguinte:
Temos nove bolas em jogo, sendo que uma delas é mais pesada que todas as restantes. Podemos fazer duas pesagens (numa balança à antiga, com dois pratos). Qual é a mais pesada?
Sem mais demoras, a solução passa por dividirmos as bolas em TRÊS grupos de TRÊS bolas e começar a partir daí, três a três na primeira pesagem.
O meu amigo "Joel" (por sinal, ilustre professor universitário) deitou logo mente à obra e avançou sem temor para o primeiro obstáculo:
"-Isto é muito simples" - afirmou com a convicção e autoridade próprias de um soldado da GNR de Albufeira a entrar na adega de um empreiteiro.
"Pomos QUATRO num prato e QUATRO no outro e sobra uma" - continuou. "Se os pratos estiverem equilibrados, a que ficou de fora é a mais pesada, obviamente."
Pois...até aqui, todos de acordo. A história continua. O nosso "Joel" vai entretanto articulando raciocínios cada vez mais elaborados:
"Estamos perante um logaritmo de base 2" -continuou maravilhando as massas boquiabertas. "Isto seria verdade, se estivéssemos a trabalhar com linguagem binária" - acrescentou ainda com inequívoca propriedade.
Porém, como peixe apanhado na rede, o seu esforço é vão. Debate-se furiosamente na malha do seu raciocínio, como se de um tubarão encurralado se tratasse. Tentou, à desgarrada, bombardear o problema com quilos de teoremas, corolários e axiomas, como se de uma Amália regressada do Além se tratasse, inexplicavelmente possuída por uma vontade louca de fazer contas de cabeça.
A coisa foi-se arrastando, de forma agonizante, até que um dos intervenientes ventilou acidentalmente a resposta, dando por terminada a querela. Mas a coisa não ficou por aqui. Seguiu-se outro problem, sucedendo que o nosso herói resolveu embirrar com o enunciado do problema, desta feita exigindo uma clarificação sobre o significado do verbo "mexer".
Depois de meia dúzia de tentativas de resolução, exclama já com o rosto já rubro:
"-Tens a certeza que o enunciado está bem? Isto não pode ser assim!". Mas podia. E era.
No seguimento deste episódio, fecho a postada com uma tira do "Calvin": acampando com a família nas férias, o jovem passa todo o dia a arreliar os pais com questões irrelevantes, enquanto estes tentam, em vão, pintar um quadro, ou, simplesmente, ler o jornal em paz e sossego.
"-Desaparece, Calvin!!" - vocifera a mãe, já completamente farta das interrupções constantes.
Conclui o jovem no alto da sua sabedoria:
"Os passatempos deixam os adultos muito nervosos".
Está visto que é verdade.
Não há nada mais arreliante que um passatempo. Que o diga o meu amigo "Joel". Chamemos-lhe "Joel", para não ser identificado na rua, ok?
Aconteceu que no cafézinho pós-almoço dominical foram lançados para a mesa meia dúzia de enigmas numéricos, desses de fazer torrar a paciência a, quem como eu, tem a capacidade para raciocínio abstracto de um siamês. Dos mais lerdos.
O problema consistia no seguinte:
Temos nove bolas em jogo, sendo que uma delas é mais pesada que todas as restantes. Podemos fazer duas pesagens (numa balança à antiga, com dois pratos). Qual é a mais pesada?
Sem mais demoras, a solução passa por dividirmos as bolas em TRÊS grupos de TRÊS bolas e começar a partir daí, três a três na primeira pesagem.
O meu amigo "Joel" (por sinal, ilustre professor universitário) deitou logo mente à obra e avançou sem temor para o primeiro obstáculo:
"-Isto é muito simples" - afirmou com a convicção e autoridade próprias de um soldado da GNR de Albufeira a entrar na adega de um empreiteiro.
"Pomos QUATRO num prato e QUATRO no outro e sobra uma" - continuou. "Se os pratos estiverem equilibrados, a que ficou de fora é a mais pesada, obviamente."
Pois...até aqui, todos de acordo. A história continua. O nosso "Joel" vai entretanto articulando raciocínios cada vez mais elaborados:
"Estamos perante um logaritmo de base 2" -continuou maravilhando as massas boquiabertas. "Isto seria verdade, se estivéssemos a trabalhar com linguagem binária" - acrescentou ainda com inequívoca propriedade.
Porém, como peixe apanhado na rede, o seu esforço é vão. Debate-se furiosamente na malha do seu raciocínio, como se de um tubarão encurralado se tratasse. Tentou, à desgarrada, bombardear o problema com quilos de teoremas, corolários e axiomas, como se de uma Amália regressada do Além se tratasse, inexplicavelmente possuída por uma vontade louca de fazer contas de cabeça.
A coisa foi-se arrastando, de forma agonizante, até que um dos intervenientes ventilou acidentalmente a resposta, dando por terminada a querela. Mas a coisa não ficou por aqui. Seguiu-se outro problem, sucedendo que o nosso herói resolveu embirrar com o enunciado do problema, desta feita exigindo uma clarificação sobre o significado do verbo "mexer".
Depois de meia dúzia de tentativas de resolução, exclama já com o rosto já rubro:
"-Tens a certeza que o enunciado está bem? Isto não pode ser assim!". Mas podia. E era.
No seguimento deste episódio, fecho a postada com uma tira do "Calvin": acampando com a família nas férias, o jovem passa todo o dia a arreliar os pais com questões irrelevantes, enquanto estes tentam, em vão, pintar um quadro, ou, simplesmente, ler o jornal em paz e sossego.
"-Desaparece, Calvin!!" - vocifera a mãe, já completamente farta das interrupções constantes.
Conclui o jovem no alto da sua sabedoria:
"Os passatempos deixam os adultos muito nervosos".
Está visto que é verdade.
domingo, julho 03, 2005
MUITA PARRA, POUCA UVA...
Aproveitando a minha inesperada visita ao consultório, a médica de família aproveitou para me mandar testar todos e mais alguns dos mais longínquos recantos do corpo. Quer dizer, todos, não: há por aí mundos remotos onde não tem nada que entrar sonda, seja espacial, ou de outro tipo qualquer...
Em abono da verdade, já não metia lá os pés fazia um certo tempo. Falámos de tudo e mais alguma coisa que se passou neste longo interregno: a queda do Muro de Berlim, o tempo em que o Herman tinha piada e ainda se esforçava por disfarçar a panasquice, a barba do Jorge Coelho, etc, etc, etc... Enfim, coisas que já lá vão.
Abandonei o consultório munido de duas resmas de papel verde-e-branco. Estavam ali acotoveladas credenciais que me permitiam saber novas dos meus colesteróis, verificar a minha reacção à não-sei-quantos-tropina e adquirir parcelas de terreno em Marte a preços módicos.
A meio destes Doze Trabalhos, saiu-me na rifa o mítico Electrocardiograma.
Nunca me tinha sujeitado a semelhante coisa, pelo que a expectativa era grande. Já me estava a ver rodeado de coisas obscuras como um "monitor de sinais vitais", ecrãs LCD nas paredes com fios de várias cores e feitios. Esmagado pelo manancial tecnológico disposto na sala, seria então ligado dos pés à cabeça com eléctrodos e seguidamente amarrado por duas enfermeiras nórdicas insaciáveis que...´pera lá, já estou a misturar as histórias, é o que é.
Estava eu a dizer que imaginava uma enfermeira, que, num tom de voz quente e meigo, fazia os possíveis para me acalmar e preparar para uma experiência capaz de fazer tremer qualquer marujo de barba rija.
Isso imaginava eu. Eis o que realmente aconteceu:
Uma senhora bestialmente apessoada (coisa aí para 10 arrobas, mais ou menos) e mal encarada fez-me meia dúzia de perguntas, mandou-me despir da cintura para cima e deitar-me numa marquesa, de peito virado para o tecto. Espetou-me meia dúzia de ventosas embebidas em gel pelo peito acima, pôs-me uma espécie de molas da roupa XL nos pés e...acabou. Passados 30 segundos, a nossa relação terminou.
"-Tem papel na mesa, se quiser limpar isso..." - disse ela sem pontinha de sentimento na voz.
Levantei-me, limpei a substância viscosa que me besuntava o torso e vesti timidamente o farrapito que havia trazido. Apercebi-me que fora apenas mais um naquela marquesa. E nem sequer um beijo levei.
A vida segue dentro de momentos.
Aproveitando a minha inesperada visita ao consultório, a médica de família aproveitou para me mandar testar todos e mais alguns dos mais longínquos recantos do corpo. Quer dizer, todos, não: há por aí mundos remotos onde não tem nada que entrar sonda, seja espacial, ou de outro tipo qualquer...
Em abono da verdade, já não metia lá os pés fazia um certo tempo. Falámos de tudo e mais alguma coisa que se passou neste longo interregno: a queda do Muro de Berlim, o tempo em que o Herman tinha piada e ainda se esforçava por disfarçar a panasquice, a barba do Jorge Coelho, etc, etc, etc... Enfim, coisas que já lá vão.
Abandonei o consultório munido de duas resmas de papel verde-e-branco. Estavam ali acotoveladas credenciais que me permitiam saber novas dos meus colesteróis, verificar a minha reacção à não-sei-quantos-tropina e adquirir parcelas de terreno em Marte a preços módicos.
A meio destes Doze Trabalhos, saiu-me na rifa o mítico Electrocardiograma.
Nunca me tinha sujeitado a semelhante coisa, pelo que a expectativa era grande. Já me estava a ver rodeado de coisas obscuras como um "monitor de sinais vitais", ecrãs LCD nas paredes com fios de várias cores e feitios. Esmagado pelo manancial tecnológico disposto na sala, seria então ligado dos pés à cabeça com eléctrodos e seguidamente amarrado por duas enfermeiras nórdicas insaciáveis que...´pera lá, já estou a misturar as histórias, é o que é.
Estava eu a dizer que imaginava uma enfermeira, que, num tom de voz quente e meigo, fazia os possíveis para me acalmar e preparar para uma experiência capaz de fazer tremer qualquer marujo de barba rija.
Isso imaginava eu. Eis o que realmente aconteceu:
Uma senhora bestialmente apessoada (coisa aí para 10 arrobas, mais ou menos) e mal encarada fez-me meia dúzia de perguntas, mandou-me despir da cintura para cima e deitar-me numa marquesa, de peito virado para o tecto. Espetou-me meia dúzia de ventosas embebidas em gel pelo peito acima, pôs-me uma espécie de molas da roupa XL nos pés e...acabou. Passados 30 segundos, a nossa relação terminou.
"-Tem papel na mesa, se quiser limpar isso..." - disse ela sem pontinha de sentimento na voz.
Levantei-me, limpei a substância viscosa que me besuntava o torso e vesti timidamente o farrapito que havia trazido. Apercebi-me que fora apenas mais um naquela marquesa. E nem sequer um beijo levei.
A vida segue dentro de momentos.
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