sábado, abril 03, 2004

Das fitas, emblemas, trajes e outras reflexões inúteis

As fitas
A minha gente tem andado muito atarefada a tratar da compra das fitas, traje e toda essa trampa académica afim. Sabe Deus os chouriços que tenho que encher para poder levar a bom porto essa ingrata tarefa do rabisco da fita: "-Mas que raio vou eu dizer sobre esta gaja...?" é uma interrogação que me tem ocorrido com frequência. É que às vezes, não há mesmo nada para dizer. Vamos lá ver, nada que valha a pena, pois há sempre o pérfido recurso aquelas banalidades da praxe, do género "Desejo-te muito sucesso profissional e que consigas atingir todos os teus objectivos" ou aquelas conversas da treta que às vezes aparecem nas correntes de e-mail do género "A vida é um palco não-sei-quê (...) chora, ri , etc". Enfim, não me lembro bem do latim da coisa, mas é uma grande pessegada, coisa de gajo que (supostamente) quer dar uma de sensível.
Outra forma de encher o chouriço em apreço é transcrever duas ou três frases de um livro do Paulo Coelho (a.k.a. grande rabeta), com a letra bem generosa, desenhar um pôr-do-sol e a coisa fica por ali. Clean sweep.
Felizmente, há sempre meia dúzia de almas caridosas que deixam rabiscar a mielas com outro(a) freguês(a), sempre se reparte o mal pelas aldeias e um gajo consegue disfarçar melhor o quão pouco conhece a pessoa que teve a feliz ideia de lhe dar aquela maçã envenenada.

Agora, a questão dos emblemas.
Fico verdadeiramente pasmado com as desculpas espatafúrdias que a malta encontra para decorar a sua bem-amada capa com os ditos ornamentos. O que as gajas inventam: "-Ah, eu tenho este de Paris porque o meu namorado foi lá no 11º ano numa visita de estudo e achei que era importante".
Outra técnica muito popular é arranjar um de cada terra natal dos colegas de curso (designadamente alguns com os quais nunca tinha trocado duas palavras durante todo o tempo da licenciatura, mas para quê perder tempo com esses pormenores...)
Depois há outros menos evidentes, mas que gosto particularmente, tais como a bandeira da "América" a dizer "Freedom Fighter", ou coisa parecida. Resquícios do fenómeno tuning, suponho...

Ainda assim, o meu preferido é um que diz simplesmente "amigos". Ora, "amigos", "amigos"...Bem, a amizade é uma coisa importante e é sem dúvida bom ter amigos e...não, por muito que invente, não consigo arranjar explicação para este fenómeno do coser um trapo a dizer "amigos" à capa do traje. Não consigo, mesmo. E sabe Deus que tentei.

1 comentário:

Anónimo disse...

bom comeco

Baú