quarta-feira, outubro 19, 2005

ZAROLHO, DEPOIS DE PUNHETE...

Sábado passado rumei a Constância, integrado num grupo excursionista lá do trabalho.
Uma das referências da simpática vila é a ligação a Camões, onde, rezam as trovas, se perdeu de amores por uma cachopa lá da terra. Até aqui, nada de mais: o gajo inventava uma nova paixão de cada vez que ia mijar. Tudo bem, é pacífico.
Já não me lembro do nome da jovem, o que interessa é que a coisa deu azo a versalhada camoniana e afins, ligando eternamente aquelas paragens ao nosso zarolho de estimação.
Inscritas na estátua do Poeta, com uma agradável vista para o rio, podem ler-se uma catrefada de datas marcantes da sua biografia e da história da vila. Pois então, toca de ler aquilo com grande atenção, até porque estava a decorrer um jogo com pistas e perguntas, pelo que convinha não perder o fio à meada.
Sucedeu no entanto que, no meio de tanta preciosa informação, houve uma jóia reluzente que saltou à vista dos meus doutos companheiros de jornada: Constância, outrora Punhete.
Sim, isso mesmo que estão a ler: até 1836 era esse o nome da terra.
A partir daí, o bucólico banho cultural descambou completamente num furioso tornado de piadas e trocadilhos temáticos: passámos pelo "Punhete F.C", pela Associação dos Caçadores Punheteiros, pela escola de samba "Unidos de Punhete", ou mesmo pelo grupo de apoio social local "Dá a Mão a Punhete!"...
Pois é, caro leitor, não terá sido no Oriente que o Poeta cegou o olho: foi à beira-tejo, num trágico acidente, a escamar o besugo. Zarolho, só depois de Punhete.

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Baú