terça-feira, novembro 18, 2003

DA CHAPELEIRA E OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O Homo Suburbius
(Parte Segunda)


Para quem quiser ler a Primeira...

A atenção do recém-promovido chefe de família vira-se então para os fundilhos do habitáculo, mais propriamente para o triângulo das Bermudas vulgarmente conhecido como CHAPELEIRA. Esse "buraco negro" suga para os seus domínios os mais inesperados objectos. Mas já lá vamos.

Suponho que a origem do termo esteja relacionada com a atracção magnética que essa área gera sobre aqueles chapéus de palha (panamá) a fazer lembrar um turista britânico de férias no Ferragudo. A acompanhar o panamá vamos encontrar com frequência um cachecol da Selecção. Como somos um povo tão desmesuradamente patriota, o porta-luvas esconde sempre uma edição d´"Os Lusíadas", um exemplar do Tratado de Zamora e uma cassetezinha com "A Portuguesa", para o que der e vier.

Os portões deste Hades são guardados por sanguinários mastins de pelúcia, ostentando muitas vezes uma águia ao peito ou outro qualquer banner elucidativo da pinta do animal. Ou melhor, dos animais: o cãozinho e o condutor... O planalto chapeleiro vê-se normalmente revestido por um tapete muito quentinho, não vão os pobres animaizinhos ter frio nas patas. Os motivos preferidos são o tigre da Malásia (secundado por umas garatujas orientais) e a inelutável bandeira do Glorioso. Coisa de fino gosto, diga-se, como é apanágio do Homo suburbius.

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Baú