quarta-feira, junho 16, 2004

O MISTERIOSO CASO DO TOYOTA VOADOR

Poderia ser um inédito da Agatha Christie, do Conan Doyle, ou assim. Mas não é. Sou eu mesmo a personagem principal nesta trama que envolve um Toyota bordeaux, as traseiras do Armazém F e um cidadão brasileiro.
Sucede que estaciono o bólide na zona do Cais do Sodré, onde está agora instalado o cantinho dos adeptos croatas, mesmo ao lado do Armazém F(a pulular de miúdas giras, para quem interesse). Deixei-o bem estacionado, como qualquer cidadão cumpridor e temente a Deus e à PSP. So far, so good.
O problema é quando regresso -aí pelas 22H30- e encontro a máquina infernal a 2 metros de onde o tinha deixado e virado na perpendicular... Vinha a falar ao tlm com a minha afilhada e, incrédulo, tentava compreender e explicar o sucedido. A primeira e natural reacção foi questionar a minha sanidade mental, que por sinal até já viu melhores dias. Mas não, que raio, eu estava convicto que o tinha deixado mais ao lado. As portas estavam trancadas e não havia qualquer sinal de intrusão. O mistério adensava-se e eu ali parado, como se um asno a olhar para o Taj-Mahal.
Fiquei uns bons três minutos especado a olhar para o veículo, a tentar fazer alguma luz sobre aquele quarto segredo de Fátima, quando um brasileiro irrompe à minha frente e termina a minha sessão de meditação com o Cosmos, ou lá o que é:

(cidadão brasileiro, a julgar pelo sotaque) -"Moço!!! Moço!!
(eu) - "O que é que este quer agora...deve ser arrumador, mas não vai ter grande sorte"-confidenciava este aos meus botões.
(cidadão brasileiro) - "Você deve ter grilado com o que aconteceu com seu carro, né?"
(eu) - Pois...um bocadinho...
(cidadão brasileiro) -"Sabe o que é, a minha gente teve que parquear o caminhão. Aí 15 homens pegaram no seu carro e o arrastaram para o lado. Foi só isso!"

Balbuciei qualquer coisa e meti-me no carro, ainda em estado de choque. E é em estado de choque que ainda me encontro, acabadinho de chumbar a uma cadeira, mais afundado que uma bigorna a flutuar no Atlântico Norte. É o que dá apostar na matéria que sai à base da metodologia esperançosa da roleta russa. Às vezes corre mal. Vamos ver como se safa a Selecção.

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