segunda-feira, setembro 15, 2003

"Eh, toiro!" - parte I

Boas noites, gentes de Barrancos

Não, não vou bater no ceguinho, (i.e., na história dos toiros de morte em Barrancos) porque esse assunto é chão que já deu as uvas que tinha para dar. Agora que até já podem matar a bicharada e não se prende ninguém, quem é que quer saber disso para alguma coisa? Venho aqui hoje falar de outras touradas, passados na divertida arena da imprensa regional.

Nos últimos tempos tenho perscrutado com algum interesse os simpáticos pasquins da abençoada terra que me viu nascer, como "O Almonda" (Torres Novas), "Mirante" (região do Ribatejo) e mais uma ou outra patusca publicação. Vendo bem, este assunto pode gera munição mais que suficiente para uma saraivada de artilharia aqui no Parque. Logo se vê. Estes periódicos regionalistas costumam presentear-nos com as verdadeiras pérolas que são os artigos de opinião dos redactores residentes...Bem...Ok, é melhor não me esticar muito, porque iria cuspir num prato onde já comi, num passado mais ou menos remoto. Sim, pequei. E vamos ficar por aqui.

Verdadeiros "Confúcio-da-frase-feita-e-do-lugar-comum", há ainda uma outra característica universal neste tipo de artigos: o moralismozinho lamuriante, para o qual já não há a mínima pachorra. É impressionante, mas em todo "O Almonda" não há um único artista que salve a honra do pobre convento. Não me vou esticar muito com exemplos, mas há um cavalheiro que se refere repetidamente ao «cowboy Bush» e toda aquela conversa que já não lembrava nem ao Menino Jesus, do género «O país dos sonhos foi atacado pelas forças do Mal. Onde estão os super-heróis que deviam proteger as Torres Gémeas?» Reticências. Pontapés delas.

Trouxe aqui ao Parque um pedacinho de céu da autoria de uma distinta colunista chamada Isabel Vasco Costa e que merece ser difundida no éter da Tasquinha do Escárnio e Maldizer. O artigo é um bocadinho extenso, pelo que vou saltar para a parte que "interessa". A introdução fala de uma tourada na Ericeira, de um toiro que cai à água e de um banheiro que vai no seu encalço, julgando socorrer um vulgar banhista com apenas duas pernas e os cornos (desejavelmente) mais pequenos...Até aqui, menos mal.

O problema surge quando a D. Isabel (quando se fala do "tempo da outra senhora" é desta senhora que se está a falar) suspira num tom saudosista pelos idos tempos dourados do Presidente do Conselho e do Portugal dos bons costumes. Tive que fazer um ou outro sprint até ao Vomitódromo enquanto transcrevia algumas frases. Cheguei a pôr em causa a minha integridade física. O que eu não faço pelos meu fiel auditório...Tem o microfone a fadista Isabel Vasco Costa...Não percam a próxima "postada".

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Baú